Contagem decrescente
Lá fora ainda era o tempo do Natal, do musgo apanhado de madrugada e das brincadeiras à beira-mar. Aos poucos vamos regressando ao mundo, entrecortando os afazeres diários com algumas delícias natalícias que duram, como Do amor e da morte, que recomendo, mais que não seja para recordar Orfeu.
E é então que começam as contagens. Há quem goste de contar presentes, há quem se fique pelas estórias. E no meio disto tudo, logo pela manhã, há este prazer tão português em contar mortos, talvez para provar que, neste Natal, os adultos ou o Pai Natal, quem sabe, ouviram o apelo da criança que pedia a todos para conduzirem com mais cuidado. Hoje fiquei a saber que se não se morrer no local do acidente, a morte não conta para a estatística. Morre-se, mas é-se apenas mais um ferido grave.
E porque a maré é de contagem, deixo-vos o desafio de Ondjaki: quantas madrugadas tem a noite?
E é então que começam as contagens. Há quem goste de contar presentes, há quem se fique pelas estórias. E no meio disto tudo, logo pela manhã, há este prazer tão português em contar mortos, talvez para provar que, neste Natal, os adultos ou o Pai Natal, quem sabe, ouviram o apelo da criança que pedia a todos para conduzirem com mais cuidado. Hoje fiquei a saber que se não se morrer no local do acidente, a morte não conta para a estatística. Morre-se, mas é-se apenas mais um ferido grave.
E porque a maré é de contagem, deixo-vos o desafio de Ondjaki: quantas madrugadas tem a noite?
Pandora