quinta-feira, janeiro 25 

PRÉMIOS PARA FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

E o melhor professor em 2007 é.....
O governo acaba de anunciar o novo regime que se irá aplicar aos funcionários públicos. Conjugado com a ideia lançada ontem pela Ministra da Educação de se criar um prémio para o melhor professor, adivinha-se novo programa televisivo, Os Melhores Funcionários Públicos nas categorias de dirigentes (este já se sabe e vai para o Paulo Macedo), técnicos, administrativos, auxiliares, etc. Podemos mesmo arranjar categorias para as forças armadas, a polícia, os tribunais, os médicos, repartições públicas, câmaras municipais, recolha do lixo...
Consoante o programa for transmitido pela RTP, SIC ou TVI, as apresentadoras serão Maria Elisa, Catarina Furtado ou Júlia Pinheiro.
Mais um programa de sucesso garantido.

bunker

quinta-feira, janeiro 18 

Famílias disfuncionais

nm

Dylan T.

quarta-feira, janeiro 10 

UM GOVERNO, UM RUMO, UM PAÍS

Como bom intelectual andei anos a citar Kafka: “there is abundance of hope but none for us”.
Lamentava a ausência de uma estratégia para o país mas acabo de descobrir que esse tempo acabou. Foi formulada uma estratégia global para Portugal sob o lema Quanto menos, mais!

Senão vejamos: quantos menos nascerem, mais maternidades podem fechar; quanto pior for o ensino, menos estudantes teremos, mais escolas podem fechar e menos subsídios de educação teremos de dar; quanto menos oportunidades de emprego tivermos, mais as pessoas terão de ir estudar e trabalhar no estrangeiro e menos ficarão cá a exigir subsídios de desemprego e a lutar por melhores condições de trabalho; quanto menos forem os cuidados médicos públicos, mais pessoas terão de recorrer aos privados ou mais pessoas irão morrer e poupa-se na segurança social e se retirarmos o subsídio de óbito, nada a fazer, porque quem tem de morrer, morre à mesma.

Estes são só alguns exemplos da estratégia Quanto menos, mais! mas existem mais, muito mais exemplos. Julgo estar em fase experimental, visto alguns governantes ainda não a terem interiorizado completamente. Quando estiver em plena execução e conseguirmos ver resultados, o país irá iniciar uma nova fase, mais limpa, mais bonita, com menos gente.
Voltei a ter esperança e com sorte, talvez sobreviva para assistir.

bunker

segunda-feira, janeiro 8 

Aborto: crime e castigo

Ao que parece este fim de semana, depois de passarem as festas e de começarem os saldos, abriu em força a campanha dos movimentos cívicos pró e contra aborto.
Saltam os argumentos de peso metafísico do género, quando começa a vida e a quem pertence o corpo da mulher; de peso económico do género, quanto custa ao SNSaúde um aborto versus quanto custa tratar as sequelas de um aborto clandestino, quanto custa abortar numa clinica privada em Portugal e quanto custa em Badajoz; de peso psicológico do género, uma mulher que aborta terá depressões e tendências suicidas, uma mulher que não aborta nem poderá ter condições para ter depressões.
Todos os argumentos são válidos mas a verdade é que existe uma lei que não é cumprida. Por isso, ou se a cumpre ou se a revoga, sob pena de qualquer um de nós poder invocar que cometeu um crime mas que não deve ir preso porque aquela lei também não deve ser cumprida. Este não é o único caso de leis que existem e que não são cumpridas mas este é um dos mais flagrantes.
Existem muitos actos que condeno moralmente e me chocam profundamente enquanto ser humano mas não defendo a sua criminalização.

Por não querer que ninguém aborte mas por não querer que ninguém vá preso por abortar, a escolha é só uma.

bunker

 

PLANO FINANCEIRO

Saímos do café após termos juntado todas as moedas para pagar e ficarmos livres do cascalho.
O Mário, o louco do bairro, corre atrás de nós e pede-nos, como sempre uma moeda. Dizemos que hoje não temos porque deixámos todas as moedas no café. O Mário encolhe os ombros e berra: É QUE JÁ NÃO HÁ PLANO FINANCEIRO!

bunker

quinta-feira, janeiro 4 

Um dia de sonho

Perdoem-me a extensão do post, mas tenho que relatar este dia de sonho na vida de qualquer lisboeta. A Emel, entidade amorfa, tentacular e demoníaca contra a qual me insurjo há anos vai enfim dar-me dinheiro. Trata-se de uma tragi-comédia com início às 9h10 da manhã, num silo explorado pela Emel. Uma fila de carros parados à saída, impossibilitados de sair por não estar ninguém para receber o excedente da sua avença nocturna. Uns tentavam congeminar estratégias para levantar a cancela, outros vociferavam ao telefone. Esperei 15 minutos. Voltei a estacionar o carro e apanhei um táxi. Dei-me ao luxo de arredondar o montante e pedi recibo.
Regressei ao local do crime, onde reinava já a paz e a bonança, pela hora de almoço. À falta de um, estavam agora dois funcionários da Emel que, ao verem-me chegar com um sorriso na cara, me estenderam de pronto o livro de reclamações. Reclamei pelo sucedido de manhã, claro, e aproveitei para juntar as reclamações dos utentes que por ali passaram enquanto preenchia os campos do livrinho vermelho. Falta de casa-de-banho e avaria nos elevadores. Já agora, sistema de vigilância em baixo, situação para a qual me foi chamada a atenção pelo simpático empregado da Emel. Fui fazer uma fotocópia dos recibos do táxi aos quais juntei o recibo da fotocópia. ‘Não me diga que vai pôr um recibo de 15 cêntimos?!’, perguntou o outro empregado, amiguinho do patrão. A Emel não cobra ao minuto?!
Prometo aqui, diante de quem teve paciência para me ler, que irei até ao fim nesta história, que, além de já me ter deixado ter lá o carro parado uma manhã inteira sem pagar um tostão, a Emel me vai reembolsar os 8,15 Euros. E quando receber o cheque, convido os empregados do parque para tomar um copo.
To be continued…
Pandora

terça-feira, janeiro 2 

Em nome dos filhos

A canção de embalar traz de volta memórias de ti. Recordo aquele abraço. Já passou. Uma festa e um beijo na testa, tão distante, tão cheio de reprovação. Pronto, já passou. Aquele abraço de vão de escada, fugidio. Aquele abraço que resumia toda a minha traição. Aquele abraço que me disse que não ias ficar.
A culpa escarrada na cara, aceito o desterro da criminosa.
Já não te lembras de mim. Casaste bem, subiste na vida. E tens cinco filhos. Cinco lindas crianças que vês de raspão à noite, cinco lindas crianças que nunca te conseguem contar as histórias das gaivotas que perseguem na praia sem ti.
Pandora
Adenda: a pedido de várias famílias e para que não restem dúvidas, este post trata da temática do aborto.

 

Finalmente sós

Aos poucos, os invasores partem. Entre o orgulho de ver que Lisboa é destino apetecível para latinos e mouros transmontanos em busca de diversão e a paz da minha cidade, a escolha é fácil. Falam alto, inundam as ruas, descobrem os meus cantinhos secretos, fazem perguntas descabidas às quais, nós, que vivemos nesta cidade o ano inteiro sem ter que saber onde fica a rua dos fanqueiros ou o posto de turismo, tentamos responder solicitamente com a ajuda de outros turistas. A paz, enfim.
Pro memoriam a da miúda toda contente a tirar fotos a um eléctrico dos modernos no Terreiro do Paço e o namorado que se vira para ela e lhe diz: ‘Não, não tires a esse, não ‘bale’ a pena. Esse é o metro.’ E o metro vocês têm, não é verdade?
Pandora