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segunda-feira, julho 3 

Há-de vir um Natal

Disseram-me que estavas muito doente e eu não acreditei até te ouvir. Tu e os teus recitais de poesia de David Mourão-Ferreira. Onde estará a cassete, aquela cassete que gravaste para mim, para as noites em que não estarias lá, para as noites da mentira?
‘Retrato de rapariga: foi escrito para ti, miúda.’ E outro que era qualquer coisa como ‘há-de vir um Natal’. Sinto que será este e que te devia um novo retrato de rapariga que soaria provavelmente a puta triste, que chora no banho para que não reconheçam a causa das suas lágrimas. Tinha prometido nunca mais chorar por ti, mas há-de vir um Natal e será o primeiro em que se veja à mesa o teu lugar vazio.
Imagino o mar pelos teus olhos. Leva-me contigo, para bem longe daqui.
Pandora